Artistas do espetáculo musical Ombela – A Origem das Chuvas, do Rio de Janeiro, receberam na terça-feira, dia 26, um grupo de cerca de 20 alunos do Instituto Riopretense dos Cegos Trabalhadores. O encontro aconteceu no Teatro do Sesi, que foi palco de duas sessões lotadas da montagem dentro do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT Rio Preto).

Além de acompanhar o ensaio, o grupo composto por crianças, jovens e adultos de Rio Preto, José Bonifácio, Bady Bassit, Bálsamo e Nova Granada conversou com a equipe artística e conheceu de perto o cenário, figurinos e os bonecos que compõem a peça, que é baseada no livro do escritor e poeta angolano Ondjaki e apresenta a história da menina deusa Ombela, cujas lágrimas formam os mares e rios.

Milena Bertoni, pedagoga e audiodescritora do Instituto, acompanhou o grupo integrado por cegos totais ou com diferentes graus de baixa visão, que conseguem perceber movimentos e ouviram atentos suas descrições a respeito dos recursos utilizados na encenação. Também  tatearam bonecos, cenário e personagens. “Para muitos, é a primeira vez dentro de um teatro.”

É o caso de Jhonathan Pereira, 26 anos. “Foi uma experiência diferente de tudo o que eu já havia feito, gostei muito de poder conhecer as artistas e saber dessa peça.” A experiência também foi inédita para Raaynner Gabriel, 12 anos. “Foi muito legal. Gostei bastante de conhecer a história.”

Quem interpreta a protagonista é a atriz Sara Hana. Durante o encontro, ela falou da importância de promover a acessibilidade e por meio dela o encontro com a arte. “Existem muitas formas de enxergar”, observou. A atriz Marília Lopes, que faz as personagens Passarê e Iansã, também participou: “Esse momento é um pedaço da nossa experiência que vamos levar conosco. É uma grande emoção pra gente.”