Programação

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PROJETO ESPECIAL

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dramaturgia holandesa

A terceira edição do Projeto de Internacionalização de Dramaturgias constrói uma parceria com os Países Baixos. Nesta nova etapa, artistas brasileiros, de diferentes regiões do país, traduzem as obras holandesas e realizam leituras dramáticas dos textos. Em formato de residência artística, encenadores/as brasileiros/as, autores/as holandeses/as e companhias de teatro local compartilham o processo criativo e preparam as leituras que serão apresentadas ao público no lançamento das publicações, que acontece nos
festivais do Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil.
Nesta edição, foram convidados/as para as traduções: Cris Larin – Spraakwater [Ressaca de palavras], de Frank Siera; Giovana Soar – Bij het kanaal naar links [No canal à esquerda], de Alex van Warmerdam; Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez – Alles (planeet Alles) [Planeta tudo], de Esther Gerritsen; Jonathan Andrade – I won’t play Medea [Eu não vou fazer Medeia], de Magne van den Berg; e Newton Moreno e Almir Martines – The Nation [A nação – uma peça em seis episódios], de Eric de Vroedt/Het Nationale Theater.
Esses títulos, que formam a “Coleção Holandesa”, publicados pela Editora Cobogó, dão continuidade e ampliam a biblioteca do projeto, e disponibilizam novos textos para criadores da língua portuguesa. Esse processo gera encontros entre artistas, promove novas experiências, aproxima e constrói relações – verbos que ganharam outra dimensão pós-pandemia.

O Núcleo
O Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil está comprometido com o desenvolvimento socioeconômico e educacional, com o bem-estar e a promoção das artes cênicas do país. Sua missão é intensificar o intercâmbio cultural e estimular novas experiências artísticas. Desde 2003, os festivais que
compõem o Núcleo, juntos, vêm formando uma rede por onde circulam milhares de espetáculos e ações nos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal.

O Projeto
O Projeto de Internacionalização de Dramaturgias, idealizado por Márcia Dias, diretora e curadora do TEMPO_FESTIVAL, trouxe o Núcleo para participar do projeto. Desta forma, a ação ganhou abrangência territorial e agregou um maior número de artistas e públicos. Esta relação e cooperação estimulou o intercâmbio, processos colaborativos de criação e a internacionalização de
artistas e obras de artes cênicas. O Núcleo produziu as duas primeiras edições, que traduziram as obras de autores espanhóis e franceses contemporâneos, seguidas de encenação.
Em 2015, a “Coleção da Dramaturgia Espanhola” gerou
desdobramentos: quatro montagens teatrais¹, uma indicação a prêmio² e a produção de um filme de longa-metragem exibido por diversos festivais³. Em 2019, foi realizada a “Nova Dramaturgia Francesa e Brasileira”. A segunda experiência do projeto construiu uma via de mão dupla, traduziu e difundiu a dramaturgia francesa para o português (“Coleção Dramaturgia Francesa”, Editora Cobogó), e textos brasileiros para o francês. Em 2020, ainda como parte do projeto, seria a vez dos autores brasileiros cumprirem uma agenda de lançamentos dos seus textos traduzidos. Esta ação foi adiada pelas restrições impostas pela pandemia. Reprogramada para 2023, as leituras dramáticas dos textos brasileiros ocuparão o Théâtre National de La Colline, em Paris; Festival Actoral, em Marselha, e La Comédie de Saint-Étienne, na cidade que dá nome ao teatro.
Esta nova edição é uma conquista de todos, uma oportunidade para contar boas histórias, colecionar memórias e relações.

SPRAAKWATER

LEITURA DRAMÁTICA E LANÇAMENTO DA COLEÇÃO HOLANDESA

Texto: Frank Siera (Holanda) // Tradução e Direção: Cris Larin (Brasil) // Consultoria de Tradução: Mariângela Guimarães // Elenco Convidado: Alexandre Melinsky, Bha Bocci Prince e Vanessa Cornélio // Idealização, Direção artística e de Produção: Márcia Dias // Coordenação de Produção: Paula de Renor // Comunicação: Felipe de Assis // Coordenação Geral (Brasil): Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil // Coordenação Geral (Holanda): Anja Krans // Editora: Cobogó // Consultoria de Tradução: Mariângela Guimarães // Realização: Buenos Dias Projetos e
Produções Culturais

Frank Siera (Katwijk, 1989) é dramaturgo e diretor. Seus textos
são inspirados em histórias reais ou mitos lendários, movidos por
uma abordagem filosófica e escritos de forma poética e rítmica. A
música e o som são aspectos importantíssimos de sua obra, tanto
nas peças que escreve como nas que dirige. Siera é um dos líderes
artísticos do Kassett, um coletivo de teatro musical, para o qual
escreveu e dirigiu inúmeras produções. Sua primeira peça, Ressaca
de palavras (2012), foi traduzida para o alemão e o francês. Em
2016, recebeu o prêmio Fresh Text de Melhor Peça (ainda não
encenada) por Ongerijmd [Sem rima]. É autor do libreto de Ritratto
[Retrato] (2020), ópera de Willem Jeths, para a Dutch National
Opera, cujas performance e gravação receberam cinco estrelas
da BBC Music Magazine. Seus textos foram publicados em diversas
revistas literárias.

Cris Larin (Rio de Janeiro, 1965) é atriz e diretora formada pela
Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). Estudou Performance Studies
e Rasaesthetics com Michelle Minnik, na New York University,
e sistema Viewpoints e método Suzuki (uma gramática de
movimentos baseada em teatro japonês, técnicas de balé e artes
marciais) com a SITI Company, cofundada por Tadashi Suzuki
e dirigida por Anne Bogart, em Los Angeles, em 2006. Em 2008,
foi indicada ao Prêmio Arte Qualidade Brasil de Melhor Atriz na
categoria Drama, com a peça Senhora dos afogados, da Cia.
Teatral do Movimento, dirigida por Ana Kfoury. Atualmente, faz parte
da companhia brasileira de teatro, dirigida por Márcio Abreu. Seus
trabalhos mais recentes foram a peça Porque não vivemos, dirigida
por Marcio Abreu, e o longa Album em família, de Daniel Belmonte,
pelo qual concorreu ao Kikito de Melhor Atriz, na 49ª edição do
Festival de Gramado, em 2021.

Alexandre Melinsky
Ator, diretor, iluminador e produtor. Coordenador de Arte e Cultura do Senac Rio Preto. Fundador e diretor do grupo e da produtora Mancomunados. Foi coordenador do FESTARA – Festival de Teatro de Araçatuba, por 12 anos, e do CENATA, Festival de cenas curtas. Dirigiu e atuou em vários espetáculos teatrais premiados por diversos festivais no Brasil. Curador e debatedor em mostras e festivais. Orientador do Projeto Ademar Guerra, da Secretaria de Estado da Cultura. Fundou e presidiu a ASSOCIATA – Associação dos Artistas Teatrais de Araçatuba.

Bha Prince
Ator, diretor, dramaturgo e professor de teatro formado pela Escola de Arte Dramática da USP (EAD/ECA/USP). Durante alguns anos, foi professor do curso de teatro da Escola Municipal de Artes de Rio Preto e orientador do Projeto Ademar Guerra da Secretaria Estadual de Cultura. Desde 2001, é professor de interpretação na UNESP (Campus de S.J. Rio Preto). Atualmente, é professor no curso técnico de Teatro do Senac Rio Preto. Dirigiu e atuou em mais de cinquenta espetáculos, trabalhou com grandes diretores, e em produções de cinema e televisão.

Vanessa Cornélio
Atriz, performer e diretora do núcleo Asa de Borboleta Performance ART. Pesquisa o corpo cênico performativo e a relação do corpo
com deficiência, bem como a sua semiose.

Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil

Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIAC BAHIA
Festival Internacional de Londrina – FILO
Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto – FIT Rio Preto
Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp
Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas
RESIDE _ FIT/PE – Festival Internacional de Teatro de Pernambuco
TEMPO_FESTIVAL – Festival Internacional de Artes Cênicas do Rio de Janeiro

Notas: ¹ A paz perpétua, de Juan Mayorga, direção de Aderbal Freire-Filho (2016)¸ indicação ao 29° Prêmio Shell de Teatro na categoria de Melhor Direção e ao 11º Prêmio APTR nas categorias de Melhor Direção e Melhor Espetáculo; O princípio de Arquimedes, de Josep Maria Miró, direção de Daniel Dias da Silva, Rio de Janeiro (2017); Atra Bílis, de Laila Ripoll, direção de Hugo Rodas (2018); CLIFF [Precipício], de Alberto Conejero, com Gustavo Gasparani, sob a direção de Fernando Philbert, que não estreou em 2021 por causa da pandemia.
² Indicação na Categoria Especial do 5º Prêmio Questão de Crítica, 2016.
³ Aos teus olhos, adaptação de O princípio de Arquimedes, com direção de Carolina Jabor (2018), ganhou os prêmios de Melhor Roteiro (Lucas Paraizo), Ator (Daniel de Oliveira), Ator Coadjuvante (Marco Ricca) e Melhor Longa de Ficção, pelo voto popular, no Festival do Rio; o prêmio Petrobras de Cinema de Melhor Filme de Ficção Brasileiro na 41º Mostra de São Paulo; e os prêmios de Melhor Direção, no 25º Mix Brasil, e Melhor Filme da mostra SIGNIS, no 39º Festival de Havana