É na roda de samba que se transmite uma cultura oral ancestral, atravessada pelas vivências contemporâneas dos batuqueiros. Um grupo de artistas da música e do teatro, com seus trajes tradicionais, anuncia a chegada de um cortejo folião a Pirapora do Bom Jesus, com a ginga do terreiro trazida à praça pública. Virado à Paulista coloca o público para ver, ouvir, cantar e dançar com sambas que contam a trajetória desse gênero brasileiríssimo, de raízes africanas, em sua geografia paulista – menos celebrada e, por isso, menos conhecida do que as manifestações cariocas e baianas. “Eu vou mostrar que o povo paulista também sabe sambar”, repete o coro em uma dramaturgia perpassada pela história do samba e de seus personagens.

O espetáculo aporta na rua como um show musical, transportando figuras dos cordões carnavalescos e discursos de resistência, enfrentando o racismo e a intolerância religiosa com que sambistas ainda se deparam em um país que ainda se parece a uma máquina de moer gente negra e indígena. Na alegria e no lamento, no canto de revolta e no gingado acompanhado, Virado à Paulista reverencia a cultura não como segregação, mas como mistura.

Datas/Horários/Locais:
Dia 28/07, às 16h30, Parque da Represa (em frente ao AME)
Dia 29/07, às 19h, Praça dos bairros Lealdade e Amizade (CIE)
Dia 30/07, às 11h, Praça Rui Barbosa
Ingressos: Grátis | Duração: 50 minutos