Se o corpo é pouco, que se faça máquina. Ciborgue. Transumano. Nas interfaces entre o biológico e o sintético, os arranjos entre carne e dispositivos digitais participam da montagem de um CORPOMÁQUINA – espetáculo intermídia do agrupamento Robo.Art.

Desobediente aos limites do orgânico, o bailarino em cena expande fronteiras e complica a distinção entre humano e tecnológico, por obra de sensores de movimento e microcontroladores que se conectam à sua musculatura gerando sons e projeções luminosas, em resposta a tensionamentos e distensionamentos.

No corpo-mídia de Vinícius Francês, as tecnologias do corpo (a dança) e das máquinas encontram-se e fundem-se em uma integração que visa à transcendência. Novas potencialidades lógicas e sensoriais indagam os deslocamentos do que concebemos como consciência nesse circuito conectado e codependente de músculos e cabos. O corpo ilumina-se, a forma humana distorce-se, desabrochando em texturas e tonalidades inesperadas.

Em uma narrativa gestual, visual e sonora, a performance percorre estágios dessa relação entre biológico e sintético – a descoberta, a evolução e a integração – até que os dispositivos tecnológicos incorporem-se como extensões do ser, necessárias à sua expressão e à sua sobrevivência.