Daqui a séculos, quando encontrarem os resíduos de lixo e desperdício, herança maldita de nossa hiper produtividade maníaca: potes de margarina, garrafas de refrigerante, brinquedos de milênios anteriores, baterias enferrujadas – qual vai ser a reação? Como a humanidade vai se posicionar diante da ruína ambiental do planeta, que dá sinais inegáveis de estar à nossa porta?

O Teatro Máquina se lançou a essas questões para criar uma distopia eco-futurista direcionada às crianças. O espetáculo retrata quatro catadores-cientistas do futuro que encontram, catalogam e analisam coisas ordinárias e extraordinárias de eras esquecidas. Protegendo-se do ambiente ultra contaminado, são acompanhados por Elisabete, uma formação monstruosa que os acompanha e os vigia disfarçada na paisagem.

Após viverem um acontecimento inesperado, começam a imaginar coletivamente uma praia do futuro – futuro que não é o mesmo presenciado em suas missões. Onde foi que disseram que ficava o Paraíso?

Ao investigar cenicamente as sequelas de nossa ação no mundo, a necessidade da consciência ambiental e o poder libertador do imaginário, esta peça se dirige ao público infantil em linguagem contemporânea, preparando um micromundo paralelo como experiência possível para olharmos de volta ao nosso próprio tempo.