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TRAGA-ME A CABEÇA DE LIMA BARRETO!
COMPANHIA
GÊNERO
CATEGORIA
CLASSIFICAÇÃO
DURAÇÃO
FICHA TÉCNICA
Ator: Hilton Cobra // Dramaturgia: Luiz Marfuz // Direção: Fernanda Júlia (Onisajé) // Cenário: Vila de Taipa (Erick Saboya, Igor Liberato e Marcio Meirelles) // Direção musical: Jarbas Bittencourt // Direção de movimentos: Zebrinha // Desenho de luz: Jorginho de Carvalho e Valmyr Ferreira // Figurino: Biza Vianna // Direção de vídeo: David Aynan // Adereços: Dominique Faislon // Assistência de direção, preparação corporal e vocal: Fernando Santana // Produção executiva: Lud Picosque // Operador de áudio e vídeo: Duda Fonseca // Operador de luz: Lucas Barbalho // Vozes em off: Lázaro Ramos, Caco Monteiro, Harildo Deda, Frank Menezes, Hebe Alves, Rui Mantur e Stephane Bourgade
A quantas mortes se pode submeter um homem? Decerto, ainda além do fim do corpo, há a destruição do que sua existência significou. Aí reside o genocídio simbólico – ou epistemicídio – perpetuado por uma branquitude que, historicamente, enterra as produções culturais de povos não brancos. É contra essa forma de racismo – e outras tantas – que se ergue Traga-me a Cabeça de Lima Barreto.
Sob a direção da encenadora baiana Onisajé, o ator Hilton Cobra revive o escritor carioca Lima Barreto (1881-1922), de Clara dos Anjos, O triste fim de Policarpo Quaresma e Germinal Negro, para um procedimento de autópsia no qual suas capacidades intelectuais e artísticas serão avaliadas por médicos eugenistas, segundo a aguda imaginação do dramaturgo Luiz Marfuz.
A lucidez com que o falecido Lima Barreto encara as minúcias dessa segunda morte é possível porque o personagem foi escrito no fio da navalha entre o racional e a insanidade. Resposta a um projeto escandaloso de eugenia, criado pelo inglês Francis Galton (1822-1911), e que se serviu da falaciosa objetividade científica do positivismo e do evolucionismo para escorar em argumentos racistas os fundamentos segregadores da sociedade brasileira “moderna”.
Se há uma distância temporal entre palco e plateia, marcada inclusive nas construções linguísticas do protagonista, ela demarca como a violência racial explícita do início do século XX ainda ressoa neste XXI. Não faltam arquivos documentais que atestam a desumanização a que a população negra foi submetida – e a participação da ciência nesse processo. Nessa revisão histórica fabulada, é a arte que toca a verdade.
domingo
24
julho
19h
00
Sesc Rio Preto – Teatro
R$ 20 (inteira) I R$ 10 (meia-entrada)
Esgotado Bilheteria
segunda-feira
25
julho
19h
00
Sesc Rio Preto – Teatro
R$ 20 (inteira) I R$ 10 (meia-entrada)
Esgotado Bilheteria