Quem nunca entrou em uma sala de aula pode até mesmo acreditar que uma gaiola seja uma escola. A confusão intercepta o caminho de uma galinha em seu primeiro dia de estudante. Logo, compreenderá na prática o ensinamento do pai – que vai além das formas das letras e dos protocolos sociais da boa educação que se espera de uma criança, galinácea ou não. O mundo oferece riscos. 

Ao modo de uma Chapeuzinho Vermelho, que não escapa de se encontrar com o lobo, a penosa protagonista de ElaGalinha vai se deparar com um problema bastante concreto em seu caminho – alguém para quem a sua vida não tem valor. Fazer do seu cativeiro um espaço de aprendizagem para si – e até mesmo para aquele que a aprisiona – será a primeira lição da personagem, dentro ou fora da escola. 

Com atuações que humanizam e dão humor às aves, a fábula escrita por Marcelo Romagnoli não se encerra em si mesma. O acontecimento cênico ganha camadas que o explicitam ao público, como a trilha sonora ao vivo, executada pela Banda Granja Sounds, e a contracena entre dois espectadores críticos, que representam distintos modos de olhar para o teatro: um aberto às proposições da cena, o outro, aferrado a convenções – às suas próprias convicções de como as coisas deveriam ocorrer.   

Com esses três fios de ação, a Cia Bendita amarra a tradição fabular à encenação contemporânea e trança uma história que defende a educação contra o ódio e a ignorância. Uma educação que, para fazer jus ao nome, seja criativa, questionadora e libertadora

Datas/ Horários/ Locais:
25/07, 16h30, Jardim Suspenso do Terminal Urbano
26/07, 19h, Praça Matriz São Sebastião – Distrito de Talhado
27/07, 19h, CEU das Artes Aristides dos Santos – Bairro Nova Esperança
Grátis | Duração: 50 minutos